quinta-feira, 18 de setembro de 2025

A CIDADE SEM DEUS - ATOS 17:16-18

 

Resenha do Culto de quarta-feira
17/09/2025

" A cidade sem Deus "

Atos 17:16-18

Existem marcas interessantes que vamos encontrar em Atenas. A primeira delas é a singularidade.
O texto diz que ao chegar em Atenas, Paulo ficou profundamente indignado.
Algo assombrou o coração daquele homem.
Atenas resplandecia em cada canto da cidade, o panteão das divindades gregas.
Estudando a mitologia grega, percebemos que haviam doze grandes divindades, que faziam parte dos deuses do Olimpo.
Além dessas doze divindades, existiam inúmeras outras, que derivavam do entendimento, da cultura daquele povo.
Estamos falando de uma cidade que é o ponto principal do império no intelectualismo.
Tudo surge dentro daquela cidade - grandes pensadores, filósofos, grandes racionalistas da vida. Uma cidade amplamente impactada pela religião politeísta.
Muitos deuses, deuses e deuses.
O apóstolo Paulo fica profundamente indignado com aquilo que vê ali.
A indignação de Paulo não é por conta do pensamento filosófico, nem do intelectualismo. É que embora uma cidade imersa em meio a tantos pensadores, em meio a tantas pessoas que construíram ideias extraordinárias, era uma cidade imersa na idolatria.
O texto diz que Paulo passa em Atenas e algo o incomoda profundamente.
Queridos, se existe algo que ofende a Deus profundamente, é a idolatria.
A idolatria é a prestação de culto, a adoração, a dedicação das nossas preces e de toda nossa vida, a algo ou alguém que não é Deus.
Deus não divide a Sua Glória com ninguém!
Só Ele é dígno de toda adoração.
Basta lembrarmos em Êxodo 20 onde o Senhor estabelece diante do povo de Israel, ao tira-los da terra do Egito e instituir os mandamentos; naquele momento o Senhor deixa muito evidente, coisas que são proibidas aos olhos de Deus.

Êxodo 20:2-6
Logo no início da trajetória do povo de Israel, o Senhor está tirando esse povo da casa da escravidão, da casa da idolatria. E agora, o Senhor está acertando os ponteiros da nação.
Queridos, nós não servimos a um Deus abstrato.
Nós servimos a um Deus real, que tem vontades, que estabelece suas normas, que tem mandamentos. Servimos a um Deus que estabelece àqueles que querem O adorar, a forma da adoração, a forma do culto e como Ele espera ser adorado.
Esse é o Deus que nós cremos. Esse é o Deus revelado na Bíblia.
Deus conhece o coração do homem. Ele sabe como nossos corações são inclinados a idolatria. Ele está colocando cercas no povo. Quando Deus coloca cercas, tem um porquê.

Se tem uma cerca em algum lugar, é porque alguém viu além de você.
Deus amaldiçoa aqueles que vivem nessa prática.
Deus não aceita dividir a Sua glória com ninguém.
Imagine Paulo, um  judeu de nascença, acostumado a adorar somente a um Deus, conhecedor do Antigo Testamento e das leis do Senhor, adentrando em uma cidade tão idólatra!
Me incomoda profundamente, saber que existem penitências sendo colocadas diante de seres criados, homens como nós. Como se tivessem atributos do Único Deus Eterno.
A idolatria é um claro grito diante do Único Deus ao afirmar:
" Nós reconhecemos algo além de Ti."
A idolatria cega o indivíduo para verdade.
A idolatria não está só em termos religiosos, como também em termos políticos, ideológicos, ao estilo de vida, ao trabalho, a maneira como guiamos nossa família. Infinitas coisas podem tomar o lugar de Deus para nós.
O efeito religioso é algo diferente. Nós somos religiosos por natureza. Existe uma sede do homem pela Divindade. Existe a necessidade humana de acreditar em algo.
E quando nós vemos inúmeras pessoas se dobrando diante de imagens, de esculturas, de seres espirituais; é triste.
Diferente de muitas localidades, grande parte dos atenienses eram intelectualmente cultos.
Lucas reporta a presença de filósofos estóicos e epicureus.
Estavam ouvindo enquanto Paulo pregava.
É interessante que aquela indignação de Paulo não faz com que ele recue. Parece que ela o impulsiona cada vez mais.
Paulo sente que precisa anunciar aos quatro cantos dessa cidade.
É muita gente cativa! É muita gente dentro da idolatria.
Os filósofos epicureus desenvolveram uma filosofia que chamamos de edonismo.
Edonismo - significa que o sentido da vida está nos prazeres da carne.
"Se te faz feliz, faça!"
Os estóicos por sua vez acreditavam que tudo na vida já estava estabelecido.
" Viva o hoje! Não pense nas consequências futuras."
Levava as pessoas a não se importar com consequência alguma.
Será que isso é tão distante dos dias de hoje?
As pessoas estão profundamente edonistas. Só pensam nelas. Enxergam os outros como competidores.
Isso já existia e continua a influenciar os nossos dias.
Vivem o hoje como se não houvesse amanhã.
Acredito que essa Palavra fala muito ao nosso tempo.

Atos 17:19-21
Ao mesmo tempo que eles chamam Paulo de tagarela, eles vivem para saber das fofocas do dia.
Querem saber dos últimos acontecimentos.
Será que isso continua acontecendo hoje também?
Parece que estamos falando do nosso tempo.
Os atenienses estavam ainda na sede de descobrir ideias. Novos pensamentos, novas visões.
O desejo de novidade daquele povo, se torna perigoso em alguns momentos.
Se tem algo que não devemos querer novidade, é a respeito daquilo que já foi dito.
Talvez a novidade, é só o aprendizado daquilo que você não teve.
Mas não inventar algo novo, que pode nos levar a um caminho distante de Deus.

Mas aqui, de forma diferente, esse desejo pelo novo, faz com que Paulo seja instrumentalidade de Deus, para pregar aos atenienses no Aerópago.
Estamos falando do mesmo Paulo que foi preso, chicoteado, julgado. Agora Paulo chega na grande Atenas e Deus o coloca na posição em que seria ouvido.
Muitas vezes, Deus nos dá oportunidades extraordinárias.
Precisamos estar atentos as oportunidades que Deus nos dá.
Enxergue a vida com um propósito, como aquilo que Deus abre de oportunidade.
A igreja foi chamada para ser sal e luz, e eu só sou luz onde tem trevas.
Precisamos estar preparados para o anúncio, para a pregação do Evangelho.

Atos 17:22-23
O ser humano é religioso por natureza.

Salmos 19:1-3
Deus se revela a todos os homens. A Divindade se revela a toda humanidade.
Muitos, embora não conheçam a Cristo, sabem que existe um Deus, que existe algo maior. Que existe uma Divindade por trás de outras coisas.
A criação tem a assinatura do Deus Criador.
Os homens reconhecem a existência de Deus.
Por que os homens não suportam a Deus?
Porque no seu íntimo, eles não querem o Deus revelado das Escrituras. Eles querem um deus, criado a sua própria imagem e semelhança.
Eles querem um deus que viva como eles. Que aprove o que eles gostam.
Eles querem um deus que não haja com justiça, ao enviar pecadores para o inferno.
É isso que pregam e sustentam.
Aqueles atenienses idólatras, para se garantir no agrado de todos os possíveis deuses, criam um altar.
Um altar que não tinha uma estátua feita por um artesão, como nos outros.
Mas um altar que tinha a seguinte descrição:
AO DEUS DESCONHECIDO.
O apóstolo Paulo vê aquele altar e percebe uma clara conexão.
Eles criaram aquele altar, mas não conhecem Aquele Deus.
Paulo se levanta e começa a pregar a respeito do Deus que eles não conhecem.
Em meio a diversidade de deuses, Paulo começa a pregar sobre o Único Deus.
Paulo agora, falaria sobre aquilo que não podemos produzir. Falaria sobre o Único, digno de ser adorado.
Para muitos, ainda hoje, o Deus de Paulo, o Deus que pregamos aqui, é um Deus desconhecido.
O Deus que pregamos é Aquele que criou todas as coisas, é Aquele que dá ordens, é Aquele que dá mandamentos, é Aquele que é Digno, é Aquele que é tão Santo, que os seres angelicais que estão diante da Sua Presença, cobrem os rostos diante do Seu Altar.
A Bíblia diz que os serafins com suas asas, cobrem os rostos, cobrem os pés diante do Altíssimo.
O Deus que nós pregamos, é Aquele que não divide a Sua Glória com ninguém.
É o Deus Eterno. Nele e através Dele, nós fomos criados e somos sustentados.
Através Dele nós alcançamos a salvação.
E somente a Ele e para Ele, deve ser o nosso louvor e a nossa adoração. O que passa disso é idolatria. Pode ter aparência de Deus, mas não é Deus.
Porque o Deus que nós servimos, nenhum olho humano, terreno viu. Pois se visse, seria completamente destruído diante da Sua Glória.
Nós não cremos e não pregamos, que todos os caminhos nos levam a Deus.
Nós cremos e pregamos que apenas um caminho nos leva a Deus. Um caminho de Sangue, de Alguém que sofreu, de Alguém que pagou.
Só um caminho nos leva a Deus, o Próprio Mestre nos diz:
" Eu Sou o Caminho a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por Mim."
Embora os homens conheçam a respeito da existência da Divindade, isso não significa que serão salvos. A menos que depositem a sua fé no Único Caminho, na Única Verdade, Naquele que dá a vida, Cristo Jesus, o nosso Senhor.
O coração do apóstolo Paulo arde diante dos atenienses. E esse deve ser o efeito da idolatria em nós. Algo está fora do lugar.
Nosso papel deve ser como o do apóstolo Paulo, pregar, pregar e pregar.
Paulo não está subjugando a mentalidade ateniense, o apóstolo Paulo está pegando o ponto de contato e através daquilo, está trabalhando a respeito do Deus verdadeiro.
Aquela cidade tão repleta de ídolos, era também uma cidade sem Deus.
Aqueles homens tão imersos na prestação de culto a tantas divindades, eram também pessoas que careciam da Graça de Deus.

Pastor Gabriel Monteiro
IBPS

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