Resenha do
Culto
Efésios 6:5-9
Muitas vezes
lemos cartas aos Efésios e o foco está sempre no capítulo 6.
Pensando nesse
livro há alguns meses, estudamos algumas semanas sobre relacionamentos marido e
mulher, depois ele passa ao relacionamento do servo com o Senhor, o nosso
relacionamento com Deus. Depois ele vai tratar nosso relacionamento dentro da
sociedade.
E Paulo estava
vivenciando isso, dentro de uma sociedade injusta.
Pensando no relacionamento
marido e mulher, era um contexto em que, quando a mulher era solteira era
propriedade do pai, depois que se casava era propriedade do marido.
Enquanto propriedade
do pai, o pai poderia dá-la em casamento a quem quisesse, o pai poderia fazer o
que quisesse com ela.
Quando propriedade
do marido, ele também poderia fazer o que quisesse.
Era muito
comum naquele contexto os maridos desprezarem as esposas. Simplesmente por
qualquer erro dela, o marido dava a ela uma carta de divórcio e manda-la para
casa. Ele poderia dispor dela da forma que quisesse.
Depois vamos
ver relacionamento pais e filhos, também num contexto extremamente injusto. Porque
o filho era propriedade do pai e ele poderia dar o filho em casamento. Poderia intervir
quando ele estava casado, levando-o a divorciar-se, ele podia vender o filho
como escravo. Ele podia punir o filho da forma que ele quisesse.
E aí, Paulo traz
esses relacionamentos, para o nosso relacionamento com Deus.
Ele traz
para o principio, qual é o princípio de Deus.
Que em todos
esses relacionamentos, eles sejam conduzidos em amor.
E nesse ato
de amor a Deus e ao próximo, que é a síntese dos 10 mandamentos, Paulo diz,
vamos voltar para o princípio da palavra.
Qual o
princípio da palavra?
O princípio,
Deus criou o homem e a mulher. Portanto, aqueles a quem Deus une, não separe o
homem. Ou seja, quando o Senhor Jesus Cristo, Ele veio, Ele libertou a mulher e
trouxe a mulher para perto do homem.
E Paulo está
lembrando desse princípio.
Quando o
Senhor Jesus Cristo, Ele vem, Ele coloca todos no mesmo patamar e trata todos
da mesma forma.
Ele quebra
isso, quando alguns pais levam seus filhos, para serem abençoados pelo Senhor
Jesus.
E quando
chega aquela meninada lá perto de Jesus, os discípulos começam a afastar, Jesus
diz: “Não! Vocês estão errados. Deixem vir a Mim os pequeninos porque deles é o
Reino dos Céus.”
Ou seja, que
desprezo é esse com os filhos de vocês? Que falta de sensibilidade, que falta
de amor é essa?
Ele faz
mais; Ele põe uma criança no meio deles, e diz assim: “Se vocês não se fizerem
como essa criança, de maneira nenhuma vocês vão entrar no Reino dos Céus.”
Por Deus, a
criança não é uma coisa, a criança não é uma propriedade, a criança é uma
herança de Deus. A criança é uma benção de Deus.
Então, quando
Paulo começa a tratar desse relacionamento, ele tem como exemplo o nosso
relacionamento com Deus, porque Deus é Pai.
Ai ele diz
assim: “Filhos, obedeçam seus pais, reconheçam a autoridade deles como vocês
reconhecem a autoridade de Deus. E pais, não provoquem a ira aos seus filhos,
com essa atitude, trazendo esses valores, que são valores humanos, deturpados,
injustos e que vocês estão colocando como jugo sobre os filhos de vocês e
trazendo ira ao coração deles. Mas trate-os, como o Senhor trata vocês.”
Interessante
que depois, Paulo vai falar do mistério revelado em Cristo Jesus.
A igreja, lá
no Velho Testamento, Israel era esposa de Deus. A igreja hoje, não é a esposa,
ela é a noiva. Ou seja, uma noiva que está sendo preparada.
Jesus conta
a parábola das noivas prudentes, das noivas que não foram prudentes.
Ele está
dizendo, que muitos na igreja, quando Jesus vier, vão ficar. Porque são
insensatos, não tem o óleo, não tem a unção. Não cuida da sua vida com Deus. E por
isso, quando Jesus vier, não obstante, os que fizerem parte do rol de membros
de uma igreja, vão ficar para trás. Porque a noiva que vai subir, são aquelas
que são prudentes, são aqueles que estão levando a sério a sua vida de
santidade com Deus.
Sabe o que
eu acho interessante? Quando Paulo está tratando dos relacionamentos, ele deixa
para tratar por último, do relacionamento patrão e empregado, de donos de
escravos.
O que você imagina
de uma sociedade tão injusta com as mulheres, tão injusta com as crianças, tão
incrédula, como devia ser o relacionamento com o escravo?
O escravo
vivia sob terror, sob medo, aterrorizado. E por qualquer coisa o dono, poderia
mandar açoitá-lo, poderia mandar mata-lo. O escravo não tinha nenhuma
perspectiva, ele não tinha o direito de sonhar. Ele era uma coisa qualquer.
E Paulo diz:
“Olha, não é assim.”
E por isso
ele deixa tudo e vai tratar de algo muito sensível naquele momento.
E Paulo começa
o assunto dizendo: “Vós servos, obedecei a vossos senhores, segundo a carne,
com temor e tremor na sinceridade do vosso coração com Cristo.” O pensamento
que domina aqui, sobre relacionamentos, é o da submissão a Cristo. Olha só!
Ele diz, você
que é o escravo, faça como você faz com o Senhor.
Não olhe que
há um jugo sobre você. Mas olhe que você está fazendo isso para o Senhor. Ele traz
pro campo, domínio externo.
É um ministério,
pensa que quando você está exercendo sua posição, você está exercendo um
ministério. Se ensinar é um ministério.
Se o
professor olhar pelo salário que recebe, ele fica desmotivado.
Eu estou
ensinando para transformar vidas. É isso que ele está trazendo aqui para o
relacionamento escravo. Alguém que não ganhava nada, não tinha direito nenhum. Era
algo muito sensível.
Mas ele diz,
façam isso como se fosse para o Senhor, e aí, com essa visão de ministério, a
coisa muda.
Mais tarde
ele vai dizer: “O que quer que você faça, deve ser feito como ao Senhor.” Isso
traz um olhar diferente. Os padrões de trabalho e serviço num reino são
diferentes dos padrões de trabalho e serviço no mundo. O mundo é injusto.
Mas quando você
o faz como ao Senhor, a coisa fica diferente. A sua ótica muda. E aí você tira
aquele fardo de cima dos seus ombros, porque agora você não está fazendo por
causa do salário que você ganha, mas você está prestando um culto a Deus. Servo
de Deus, onde Deus te colocou para você servir.
Preste atenção,
gente! Quando a gente chega ali no hospital, na ala do SUS, há uma fila de
pessoas desesperadas, sentindo dores, a pressão que o atendente sofre ali! Se ele
não fizer aquilo com temor a Deus, ele vai ser rude com as pessoas. Mas, se ele
entender que ali ele está exercendo um ministério, ele vai ser uma benção,
mesmo debaixo de tanta pressão. Porque ele vai tratar aquelas pessoas como
Cristo, com compaixão.
É assim que
deve ser. É assim que a Palavra de Deus nos ensina. De forma que nosso trabalho
deve ser prestado como se fosse oferecido ao próprio Senhor.
Imagine isso
no contexto de Paulo!
O escravo
estava fazendo o serviço, contra a vontade dele. Você acha que ele tinha prazer
em ser escravo? De jeito nenhum.
Por isso que
Paulo diz, não façam somente quando estiverem olhando, porque se você pensar
que está fazendo só para os homens, você vai fazer só para constar.
Quando você algo
como ao Senhor, aí é diferente. Porque os olhos do Senhor estão em tua vida.
Então, esse
negócio de empregado que fica morcegando, e diz que é crente, saiba que Deus
vai te cobrar isso.
Deus sabe.
Imagina um
escravo que era produtivo, você acha que o Senhor ia tratar ele como tratava os
rebeldes?
Claro que não!
Se dentro de
uma empresa tem aqueles funcionários que não produzem e tem aquele que produz
bastante, quem vai ser valorizado? É aquele que produz.
Há uma
lógica aí. Mas se ele for pensar que ele está fazendo para os homens, ele pode
esmorecer. Ele perde a motivação, perde o sentido, porque o sistema de trabalho
(principalmente num País como o nosso) ele é injusto. Mas na época de Paulo,
era mais ainda. Então Paulo nos convida a sermos pro ativos, a vê-los como um
ministério.
E ele aplica
o mesmo aos patrões, quando ao respeito, a justiça.
Paulo diz
que prestaremos contas ao Senhor.
Não fique
enrolando para dar ao empregado aquilo que é justo.
O escravo
tinha fugido e num momento de sua vida ele encontra com Paulo. Paulo prega o Evangelho
para ele, e ele diz assim: “E agora, o que eu faço?”.
E Paulo diz
assim: “Volta lá para o seu patrão.”
Já pensou? Ele
pensa assim: Estou livre e vou voltar para ele?
Gente,
servir ao Senhor, exige negação do eu. Tem coisas que a gente faz por negar a
si mesmo.
E Paulo
escreve uma carta à Filemon, recomendando o escravo com um irmão.
Então,
aquele que trabalha para patrão crente, precisa entender que ele deve prestar
um serviço honesto ao Senhor.
Não é porque
seu patrão é crente que você pode fazer a coisa de qualquer maneira que ele é
obrigado a te tolerar. Biblicamente, ele pode te mandar embora e o Senhor ainda
vai cobrar de você lá na frente. Mas se você fizer como ao Senhor, você vai
abençoá-lo e será abençoado.
E você que é
patrão, da mesma forma, entender que quem está ali não é só um empregado, mas
teu irmão.
Aonde Deus
te colocou tem um propósito.
Pastor Nélio
Monteiro
Igreja
Batista do Parque Safira.
Culto da
Manhã de 19/11/2017
(Editado por
Elizabete Lacerda Paulo)
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